quinta-feira, novembro 08, 2007

é preciso...Muito "JOGO de CINTURA!"


No Jardim de Infância é preciso muito "jogo de cintura" ... eu ouvi isto muitas vezes durante o meu estágio, expressão mencionada, principalmente, pela minha professora de prática pedagógica...e na verdade, agora posso garantir que ela tinha toda a razão. Quem poderia imaginar, que nós preocupados com a educação das crianças também teríamos que nos preocupar com os pais, as auxiliares de educação, o director, a falta de recursos para trabalhar ...e com tudo e mais alguma coisa que se passa à nossa volta. Às vezes, é difícil conciliar todas as opiniões, pontos de vista e personalidades e então vimo-nos na "obrigação", nem sei bem porquê de tentar harmonizar o ambiente no nosso Jardim de Infância...talvez seja pelas crianças...fico eu a pensar...

Depois, ainda não percebi muito bem o que é que a sociedade pensa o que realmente é um Educador de Infância...sim, digo isto porque, durante o meu tempo de faculdade algumas pessoas indignadas diziam: O quê? Para ser Educador de Infância é preciso ir para uma faculdade???

Pois é...se calhar deveriam inventar outro curso para os Educadores...poderia ser Psicologia social, interventiva, compreensiva, tolerante, paciente, criativa, familiar...e por fim,quem sabe... alguma coisa parecida com psicopedagogia...

domingo, novembro 04, 2007

Inacreditável!




O que dizer....Infância perdida??

sábado, novembro 03, 2007

Cá estou...

Cá estou, novamente...
O porquê? Poderia expô-lo mas não o vou fazer...iria soar a desculpas...
Por isso, apenas vou dizer que já tinha saudades deste espaço e das minhas pequenas reflexões sobre educação de infância...no entanto, aproveito para dizer que vou alargar o meu leque de pensamentos e opiniões para: reflexões pessoais, sentimentais, religiosas, profissionais e outras que surgirem no momento... :)

quarta-feira, abril 25, 2007

Crianças Difíceis?


Crianças difíceis? ou ....
um difícil desafio?

Quantos de nós, diariamente, no nosso mundo, que chamamos de jardim de infância, enfrentamos o desafio de trabalharmos com crianças "difíceis"?. Crianças que nos desafiam, que "mexem com o nosso interior", que nos fazem chorar e que nos fazem sentir incapazes e inúteis...

>Vou partilhar aqui um episódio, que se passou no nosso jardim de infância (comigo e com uma criança "difícil").

>O Francisco (nome fictício), é uma criança, vista por todos com um comportamento considerado perturbador, difícil de "aturar" como todos referem, incluindo a família. Na verdade, quando ele está presente na sala da sua faixa etária, é muito difícil manter a calma e a tranquilidade, dificultando o trabalho do grupo, pois o seu comportamento é facilmente reproduzido por todos os outros elementos e muitas vezes é o Francisco que incentiva directamente as outras crianças a alterarem o seu comportamento e linguagem. Confesso, que muitas vezes, desejei que o Francisco pertence-se a outra sala qualquer, menos a minha, pois já tinha tentado todas as estratégias e mais alguma para conseguir mudar o seu comportamento, sem resultados...pensei em desistir...um dia, foi o próprio Francisco que depois de eu ficar muito zangada com ele por mais um mau comportamento, disse: "Marta, eu já não aguento mais!!", mostrando-se cansado das suas próprias atitudes...

>Na verdade, isto fez-me pensar...temos que mudar isto, eu e ele, os dois!!

>No dia seguinte, depois de eu reflectir sobre isso, lembrei-me que já tinha experimentado todas as estratégias, menos uma...o colo, o abraço, as festas, o carinho....mesmo que eu não tivesse muita vontade de o fazer, mesmo, com todas as suas traquinices.
Decidi, também, não falar mais sobre o seu mau comportamento e nem deixar os outros falarem.
Nesse dia foi um grande desafio para mim, mas o Francisco foi-se acalmando durante o dia, pela minha insistência de o manter sempre perto de mim e assim, que tinha oportunidade, dava-lhe colo e fazia-lhe muitas festas.
Na hora do dormir, fui deitá-lo e fiz-lhe algumas festas, mas interrompi, porque fui deitar as outras crianças do grupo e quando terminei, o Francisco pediu: "Marta, faz-me mais festas!!" Chorei, sem ele perceber, fiquei lá, até ele adormecer. Adormeceu segurando na minha mão. Orei, para que o Francisco crescesse sem marcas negativas na sua personalidade e que a benção de Deus estivesse sempre presente na sua vida, livre de qualquer tipo de estigmatização.

>Sinto-me envergonhada, porque não tive esta atitude mais cedo, apesar de saber que era a melhor e a verdade é que preciso de coragem para continuar neste processo.

>Precisamos estar atentos a crianças aprisionadas, estigmatizadas pela família e sociedade, crianças incapazes de se salvarem da situação em que se encontram, que não têm ninguém que olhe por elas, atormentadas pelo destino, crianças que clamam por paz no seu interior.

domingo, janeiro 21, 2007

Como as Crianças constróem o conhecimento

"O conhecimento não provém, nem dos objectos, nem da criança, mas sim das interacções entre a criança e os objectos"

Jean Piaget




É através da interacção com os objectos e o mundo exterior que a criança constrói o conhecimento e o seu próprio mundo, mas no entanto, a grande impulsionadora desta interacção é sem dúvida a CURIOSIDADE. Não falo de uma curiosidade normal, do género..."A curiosidade matou o gato!!", ou da vontade de querermos saber alguma coisa que não nos diz respeito, ou então, de uma curiosidade que esconde o pior dos motivos...a "bisbilhotice". Na verdade, refiro-me sim à curiosidade ingénua e pura que perdemos quando deixámos de ser crianças. Sabendo que a curiosidade é uma natureza inata, que nasce em todas as crianças, o nosso papel é aprendermos a canalizar da melhor forma esta característica permanente. É através dela que a criança procura, descobre, aprende, experimenta e interioriza o conhecimento do mundo. Por isso, é da nossa responsabilidade aceitarmos a curiosidade da criança não só como uma característica natural, mas também oferecermos condições de novas experiências em cada descoberta que é realizada.